quarta-feira, 25 de março de 2009

Fundamentos da determinação dos salários

1. Tendo em consideração o indicador PIB per capita, abaixo, estima entre que países do Gráfico extraído do US Bureau of Labor Statistics (acima) se situaria Portugal.
Pela ordenação do PIB per capita Portugal encontra-se pior que a Coreia, mas melhor que o México. Podemos esperar que a mesma ordenação se verifique em termos de salários médios pagos por hora porque nos países onde o trabalho é mais produtivo podemos esperar remunerações mais elevadas.



2. Observando o Quadro 13.3 indica os dois sectores de actividade com:
a) menor salário médio;
Serviço Doméstica e Comércio a retalho.
b) maior salário médio.
Corretores de títulos e de mercadorias e Banca, Seguros e Imobiliário.




3. Explica o ponto de vista de Samuelson, que para “explicar as nítidas diferenças salariais entre sectores de actividade e indivíduos”, conclui pela necessidade de analisar as situações de “concorrência imperfeita no mercado de trabalho”.
Num mercado perfeitamente concorrencial, uma das hipóteses admitida é a da homogeneidade dos produtos, isto é, estes são indiferenciados ou padronizados. Se todos os empregos e todas as pessoas fossem iguais num mercado concorrencial puro, então os salários também seriam iguais. parante as nítidas diferenças salariais entre sectores de atividade e indivíduos Samuelson viu-se forçado a analisar a concorrência imperfeita nos mercados de trabalho.



4. Entre “lavadores de janelas” e “porteiros” qual é a actividade melhor remunerada? Justifica explicitando o conceito de diferenciais de compensação.
Os lavadores de janelas têm que ser melhores remunerados devido ao risco de escalar um arranha-céu. Para a generalidade dos indivíduos, capazes de lavar janelas e ser porteiros, mesmo que na primeira profissão pudessem ganhar mais, preferiam exercer a segunda. Esta escolha não é irracional, apenas evidencia um diferencial de compensação que reflecte as diferenças não monetárias entre as profissões. Evidentemente que é muito mais cómodo ser porteiro.



5. Um factor importante na justificação das diferenças salariais é a qualificação do trabalho. Define capital humano.
O termo capital humano designa o conjunto de capacidades e de conhecimentos úteis e com valor acumulado adquiridos pelas pessoas ao longo da sua vida, embora classicamente se destaquem o processo educativo e a formação profissional.



6. Observa a Figura 13.5. Refere-te à importância do (1) nível de escolaridade e dos (2) anos de experiência na determinação do nível de rendimento.
A Figura 13.5 mostra que o nível de rendimento sobe em função das (1) graduações académicas e dos (2) anos de experiência.



7. Na Figura 13.6 a curva Licenciados/secundário incompleto apresenta quocientes que se aproximam do dobro relativamente à curva Licenciados/secundário completo. Interpreta esta discrepância.
A distância entre licenciados/secundário incompleto é maior que entre licenciados/secundário completo. Como aprimeira curva apresenta quocientes que aproximam do dobro da segunda, isso significa que o secundário completo proporciona rendimentos que se aproximam do dobro dos auferidos por aqueles que têm o secundário incompleto.



8. “Cada dia na universidade é um investimento em capital humano”. Justifica.
Na economia actual as empresas estão a processar cada vez mais informação em vez de matérias-primas, acentuando-se a necessidade de qualificação do trabalho. As qualificações obtidas na Faculdade têm o seu valor intrínseco, mais além disso são um pré-requisito para o prosseguimento dos estudos, que cada vez se alongam mais, e para a obtenção de um emprego bem rapidamente, a educação prepara as pessoas para compreender e ganhar com as novas circunstâncias.



9. Mostra como o desenvolvimento das tecnologias da comunicação permite a alguns privilegiados auferirem de rendimentos astronómicos. Define o conceito de renda económica pura.
Graças ao progresso tecnológico estas aulas de Economia estão disponíveis não apenas para a tua turma, mas para todo o país. Se forem realmente interessantes tornar-se-ão referência no país porque a tecnologia o permite. Se isso suceder poderão ser adicionados anúncios ao site no sentido de o rentabilizar, oferecendo-me uma remuneração adicional. Esse excedente do salário relativamente às melhores às alternativas noutras actividades, é uma renda económica pura.
De um modo geral, a globalização da economia e o desenvolvimento das tecnologias de comunicação premiaram os indivíduos que se destacaram nas suas actividades, elevando de forma astronómica os rendimentos de alguns afortunadas. Isto está a suceder, porque graça às TIC o público de cada um passou a ser equacionado, por vezes, à escala planetária. Pense-se por exemplo num apresentador da CNN, Num actor/realizador de cinema, num cientista ou num guru da gestão.



10. “A principal razão para uma grande disparidade nos níveis salariais é que os mercados de trabalho são segmentados em grupos não concorrentes”. Esta segmentação é maior ao nível do pessoal qualificado ou do pessoal indiferenciado? Justifica.
A nível do pessoal indiferenciado, como todos estamos habilitados a varrer as ruas e lavar as escadas, por exemplo, até se pode admitir que o mercado de trabalho se aproxima do modelo concorrencial. Já quando aumenta a qualificação, os mercados ficam mais segmentados. Por exemplo, um médico precisa de 6 anos de formação genérica, mas a generalidade deles enveredam depois por diferentes especialidades com duração variável, de cerca de 3 anos. É evidente que um cardiologista não vai posteriormente concorrer com os pediatras nem com os oftalmologistas. Quanto maior for o investimento de um profissional na sua área, tanto mais "caro" lhe fica mudar para uma profissão diferente.



11. Mostra como a educação é um factor de mobilidade do trabalho, proporcionando novas oportunidades às pessoas, designadamente no caso dos imigrantes.
Quando chegam ao país os imigrantes concentram-se em determinadas actividades, desvalorizadas pelos nacionais, onde encontram mais facilmente amigos. Por exemplo, em Portugal alguns imigrantes foram empurrados para a construção civil, enquanto os outros imigrantes se concentram no comércio. Apredendo a falar português, e adquirindo uma educação formal que lhes permita uma integração plena na sociedade portuguesa poderão aspirar ao exercício de profissões diferentes e melhor remuneradas que as destinadas ao seu grupo de amigos restrito.




12. Explica em que consiste o desemprego clássico, representado na Figura 13.7.
Acima do nível salarial de equilíbrio, a oferta de emprego é maior que a procura. Esse excesso de pessoas que pretende emprego mas não encontra (desempregados) apenas porque o nível de salários está acima do nível de equilíbrio, designa-se desemprego clássico. O salário pode ter subido em resultado da actividade sindical ou de uma lei que estabelecesse aquele salário mínimo.
13.Indica o efeito tendencial da acção dos sindicatos sobre o nível de:
a) salários no sector sindicalizado;
Os salários no sector sindicalizado geralmente sobem comparativamente com o sector não sindicalizado.
b) salários no sector não sindicalizado;
Os salários no sector não sindicalizado geralmente descem comparativamente com o sector sindicalizado.
c) emprego no sector sindicalizado;
O nível de emprego no sector sindicalizado diminui, porque os empresários não contratarão tantos indivíduos após a subida dos salários.
d) emprego no sector não sindicalizado.
Aceitando salários mais baixos, aumentará o nível de emprego no sector não sindicalizado para compensar a redução do nível de emprego no sector sindicalizado.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Oferta de trabalho

1. “Ao debruçar-se sobre o trabalho, a Economia toma (1) a pessoa humana não só como objectivo mas como (2) meio para esse objectivo.”
Explica se no estudo da oferta de trabalho, João César das Neves, evidencia maior preocupação com as (1) pessoas ou com (2) o resultado do seu trabalho? Justifica.
No estudo da oferta de trabalho, João César das Neves, evidencia maior preocupação com as pessas, porque ele acha que o trabalho é constituído por pessoas, ao debruçar-se sobre o trabalho, a Economia toma a pessoa humana não só como objectivo mas como meio para esse objectivo.



2. Indica exemplos de factores extra-económicos que deveriam ser considerados numa abordagem completa da oferta de trabalho.
Exemplo de factores extra-económicos: efeitos psicológicos, sociais, culturais, etc.

3. Indica as determinantes:
a) potenciais da oferta de trabalho;
A dimensão da população activa, a taxa de nascimentos e mortes, as migrações e o serviço militar.
b) circunstanciais da oferta de trabalho.
O nível de desemprego, o horário de trabalho, etc.



4. A níveis relativamente baixos dos salários a curva da oferta de trabalho é crescente. Justifica.
A níveis de salários baixos, aumentando a remuneração, aumenta a oferta de trabalho.


5. A níveis relativamente elevados dos salários a curva da oferta de trabalho é decrescente. Justifica.
Porque para os salários altos, aparecem por vezes situações em que um aumento de salário reduz a quantidade oferecida de trabalho.



6. Como explica João César das Neves que os mais jovens se sintam menos atraídos pelo trabalho que os seus pais? Justifica.
Porque as críticas dos mais velhos à nova geração, dizendo que esta não gosta de trabalhar, pois aos níveis actuais de ordenado trabalham menos que os seus pais, aparece aqui verdadeiramente enquadrado; na verdade, o nível seperior de salário não é, necessariamente, um incentivo para mais trabalho.




7. Como explica João César das Neves que os habitantes dos países subdesenvolvidos se sintam menos atraídos pelo trabalho que os europeus? Justifica.
Porque num país subdesenvolvido onde existem poucas coisas para comprar, não há incentivo para trabalhar mais do que o necessário para satisfazer as necessidades básicas.




8. Enumera outras questões que afectem a oferta de trabalho, além das já referidas.
As dificuldades, os riscos e as incomodidades relativas das várias tarefas.
A preparação necessária, o risco pessoal envolvido e a repulsa, pessoal e social.
Os dotes ou qualidades especiais das pessoas.
Situações de discriminação(sexo, raça, etc), onde o trabalho não é avaliado em termos estritamente produtivos.
A estrutura do mercado de trabalho se tem alterado, no sentido de diminuir o grau de concorrência.
O aparecimento de sindicatos e associações patronais e o uso de instrumentos como greves e negociação colectiva, tem cartelizado e monopolizado o mercado de trabalho.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Estruturas de Mercado

A concorrência entre poucas empresas designa-se oligopólio. O caso particular de existirem apenas dois produtores designa-se de duopólio. Monopólio se existir um único produtor.


1. Observando a tabela de Francisco Pereira de Moura distingue concorrência pura de monopólio. Quanto ao número de empresas a vender, em concorrência pura são muitas, em monopólio é apenas uma.
Quanto à dimensão das empresas, em concorrência pura são pequenas, enquanto no monopólio esta é grande.
Quanto ao produto admite-se que em concorrência pura as empresas produzem produtos similares, isto é com as mesmas características, indiferenciados.
Quanto ao domínio das empresas sobre os preços, este é impensável em concorrência pura, mas será o aspecto mais negativo apontado ao monopólio.




2. Indica as quatro hipóteses admitidas em concorrência perfeita.As quatro hipóteses são:
a) As empresas vendem um produto padronizado (homogéneo ou indiferenciado);
b) As empresas são aceitantes de preços, isto é, nenhuma tem poder para os influenciar.
c) Os factores de produção são perfeitamente variáveis a longo prazo;
d) As empresas e os consumidores têm informação perfeita.





3. Critica cada uma das quatro hipóteses acima lendo o texto de Robert Frank.
a) As empresas vendem um produto padronizado: Não há substitutos perfeitos para quem conhece bem os produtos. Quem aprecia cerveja distingue uma SUPER BOCK ou uma CARLSBERG de uma SAGRES. Para quem não gosta de cerveja, provavelmente serão iguais.

b) As empresas sâo aceitantes de preços, isto é, nenhuma tem poder para os influenciar: Esta condição é provavelmente satisfeita no mercado da "bica", visto que podemos optar entre numerosos cafés. Noutros sectores de actividade, portugal é um país tão pequeno que para as empresas terem dimensão suficiente para se manterem no negócio, facilmente adquirem
capacidade para influenciar os preços, porque são poucas em cada ramo de actividade.

c) Os factores de produção são prefeitamente variaveis a longo prazo: A mobilidade do trabalho é particularmente inverosímil, porque as pessoas vivem condicionadas pela sua cultura.

d) As empresas e os consumidores têm informação perfeita: Muitos continuam a achar que "o segredo é alma do negócio", ocultando deliberadamente informação. O mundo é complexo e existem inevitavelmente muitos aspectos sobre os quais a informação nos espaca.



4. Distingue concorrência perfeita de concorrência monopolista associando cada uma destas formas de mercado a uma das situações A ou B cuja curva da procura se apresenta. Justifica a resposta com Richard Lipsey.
A Situação A representa a concorrrência porque as empresas são aceitantes de preços. Dada a sua reduzida dimensão conseguem vender toda a produção ao preço estabelecido no mercado, mas se aumentarem o preço um cêntimo deixam vender, porque os consumidores irão optar por outros vendedores. portanto as empresas em concorrência enfrentam uma curva da procura que tem a configuração de uma recta horizontal.
A Situação B representa a concorrência monopolista, em que cada produtor vende um produto que difere um pouco do vendido pelos competidores. Se a empresa subir o preço, diminuirá os negócios em benefício dos seus concorrentes; não perderá, porém, todos os seus clientes só porque o seu preço é mais elevado que deles. É que a diferenciação do produto em relação aos concorrentes fará com que algumas pessoas os prefiram aos outros, apesar do seu preço um pouco mais alto. Quanto mais diferenciado for o produto relativamente aos seus conpetidores, menor será a elasticadade da curva da procura, traduzindo-se graficamente na sua maior inclinação.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Elasticidade da procura

1. “Qualquer variação da curva da oferta tem efeitos muito diversos que dependem da inclinação da curva da procura.”Observando as Figuras 10.1 I e II, a primeira com uma procura elástica, a segunda com uma procura rígida, verifica em qual das situações os consumidores se adaptariam melhor à redução da oferta. Justifica.
Na fig. 10.1 (II), os consumidores se adaptariam melhor à redução da oferta, porque a subida de preço tem um efeito muito reduzido sobre o volume da procura.





2. Observa as Figuras 10.2. I e II. Explica porque razão será enganador abordar a questão das elasticidades a partir da representação gráfica das curvas.
Porque devemos observar as mudanças reais do volume da procura em resposta a uma certa variação do preço. isto, porém, pode ainda não ser suficiente para nos permitir comparar os graus de sensibilidade de produtos diferentes.





3. Explica porque razão a sensibilidade da oferta e da procura a variações de preços não se deve medir com valores numéricos absolutos, sendo mais elucidativo saber as percentagens de variação dos preços dos vários artigos.
Um aumento de 50 cêntimos no preço de uma bica corresponde a um aumento de 100% em alguns cafés onde ainda custa 0.50€. Se uma aparelhagem de 1.000 € subir 50 cêntimos, isso é absolutamente irrelevante, correspondendo a um aumento de 0.05%. Portanto os valores percentuais são mais expressivos.





4. Apresenta a definição formal de elasticidade procura-preço.
Definição formal de elasticidade procura-preço: Definimos a sensibilidade da procura às variações de preço.





5. Justifique o valor negativo da elasticidade procura-preço recordando a relação da curva da procura.
Se a variação da quantidade aumentar (diminuir), então a variação dos preços diminui (aumenta). variam em sentido inverso porque a curva da procura tem declive decrescente.




6. Se os preços subirem, qual será o seu impacto sobre a procura no caso de a elasticidade procura-preço ser:
a) Perfeitamente rígida (e=0);
O volume da procura não varia com as variações de preço.
b) Rígida (0 <>
O volume da procura varia, mas menos que o preço.
c) Unitária (e=1);
O volume da procura varia em percentagem igual ao preço.
d) Elástica (1 <>
O volume da procura varia em percentagem superior ao preço
e) Perfeitamente elástica (e=infinito).
Os compradores estão aptos a comprar tudo quanto podem obter a um certo preço e nada a um preço mesmo só ligeiramente superior.






7. Classifica a elasticidade procura-preço de curvas da procura com a configuração de uma:
a) recta vertical;
Curva da procura de elasticidade zero.
b) recta horizontal;
Curva da procura de elasticidade infinita.
c) hipérbole.
Curva da procura de elasticidade um.






8. Que interesse terá para uma empresa monopolista conhecer a elasticidade procura-preço do seu mercado?
O monopolista tem interesse em ir aumentando a sua produção na zona elástica da curva da procura, porque aí a sua receita total (TR) vai subindo.
Não tem interesse em produzir na zona não inelástica da curva da procura, porque aí a sua receita total (TR) desce.





9. Distinga bens de luxo de artigos de primeira necessidade recorrendo à elasticidade procura-preço.
Se e QP <>
Se e QP > 1 a procura é elástica - caso dos bens de luxo.





10. Define elasticidade procura-rendimento.
e QY = - variação da quantidade transaccionada, em % / variação do rendimento, em %.



11. Distingue bens normais de bens inferiores utilizando a elasticidade procura-rendimento.
Se e QY > 0 os bens são normais, isto é, quanto aumenta o rendimento aumenta a sua procura.
Se e QY <>





12. Interpreta o significado de a elasticidade procura-rendimento ser maior que zero e menor que um.
Se 0 <>






13. Apresenta a definição de elasticidade cruzada.
e Qx py = variação da quantidade do bem x, em % / variação do preço do bem y, em %.




14. Recorrendo à elasticidade cruzada, caracteriza:
a) bens substitutos (sucedâneos);

e Qx py > 0 Exemplo: Se aumentar o preço da margarina, aumenta a procura da manteiga porque são bens sucedâneos.
b) bens complementares;
e Qx py <>
c) bens independentes.
e Qx py igual ou próxima de 0 Exemplo: Se aumentar o preço do cimento, este provavelmente não terá qualquer relação com a procura de cerveja porque são bens independentes.